Nem todo sorriso é sincero
Nem todo abraço é de paz
Nem todo olhar quer enxergar
Nem todo passo vai a algum lugar
Nem toda palavra sai pensada
Nem toda lágrima significa tristeza
Nem toda falta é ruim ou toda sobra é boa
Nem toda ironia é sarcasmo
Nem todo silêncio é paz
Nem todo julgamento é injusto ou toda justiça é justa
Nem todo jovem é viril
Nem todo idoso é maduro
Nem toda criança é feliz
Nem todo mundo sente o Sol
Nem todo pé pisa o chão
Nem toda mão ajuda
Nem todo ser que respira vive
Mas, quem vive aprende que nada vale a pena
Se não for verdade.
Fer Perl©
Trilha da Poesia/ Poetry Trail - Poesias e Reflexões
É uma trilha. A poesia encontra-se logo depois, em uma clareira.
3.18.2017
8.31.2016
Íons
São pequenas coisas que controlam a vida, coisas "invisíveis aos olhos"
As grandes coisas dependem das pequenas
Aquilo que é maior que a vida depende do alimento que recebe dentro de cada um
Mas, o que tem o tamanho da vida depende simplesmente do tempo
E vive e trabalha e cansa e renova e segue
A pequenos passos, ou pulsos
A grandes saltos, ou abstenções.
Fer Perl©
As grandes coisas dependem das pequenas
Aquilo que é maior que a vida depende do alimento que recebe dentro de cada um
Mas, o que tem o tamanho da vida depende simplesmente do tempo
E vive e trabalha e cansa e renova e segue
A pequenos passos, ou pulsos
A grandes saltos, ou abstenções.
Fer Perl©
8.29.2016
Sobre I am Sam (Uma Lição de Amor)
Quando as limitações impostas por uma deficiência mental não impedem alguém de lutar por seu amor.
Há muitas teorias sobre a Inteligência, sobre o funcionamento do cérebro, sobre o que leva uma pessoa a ser considerada “normal”. Falar de comportamento levanta muitas questões étnicas, morais, políticas, etc. Há moldes que a sociedade impõe e que vão se modificando, à medida que a História e suas consequências vão acontecendo, também, aos nossos olhos. O próprio cérebro é, ainda, em muitos pontos, um mistério para a Ciência. Estereótipos e mitos caem por terra, todos os dias. Como a ideia de que só usamos parte do nosso cérebro. Na realidade, usamos 100% dele. E cada parte desse órgão tão importante interage, na forma de uma rede muito complexa, com as outras partes. É por isso que, quando alguém sofre um acidente e seu cérebro é lesionado, alguns movimentos do corpo são perdidos, outros não, por exemplo. Mas, uma coisa é sofrer uma lesão no cérebro.
Outra coisa é nascer com algum problema neurológico. Nesse caso, muitas vezes, o comprometimento mental, que vem do próprio desenvolvimento do ser no útero de sua mãe, é bem mais complexo. Note que falamos em cérebro, logo depois em mental(de mente). Existe essa dicotomia no meio científico, embora muitos não concordem com essa divisão. O cérebro seria a estrutura física, enquanto a mente, a estrutura cognitiva do indivíduo, um complemento do outro. Há até quem use a comparação de cérebro com hardware e mente com software, dos nossos familiares computadores.
No filme “Uma Lição de Vida”, o protagonista Sam Dawson, encenado por Sean Penn, é um adulto com comprometimento cognitivo. Não se deixa específico que tipo de comprometimento ele tem, porém, deixa-se perceber que ele possui idade mental muito aquém da sua idade cronológica, comportando-se, em várias situações como uma criança mesmo. Na trama, Sean Penn tem um relacionamento relâmpago com uma mulher, supostamente prostituta, que fica grávida e o abandona com sua filha(que se chamará Lucy, por conta da canção dos Beatles), nos braços, em uma parada de ônibus e, simplesmente, some. Sam, atordoado, consegue ir para casa. Uma vizinha, que sofre de síndrome do pânico e que não sai de seu apartamento, acaba o ajudando a cuidar da criança. Seus amigos, um pequeno grupo que representa sua família, todos com problemas mentais, também, o ajudam do seu jeito. O que o faz sentir-se capaz de seguir enfrentando aquele desafio é apenas o afeto que sente por sua filha. Ele se mistura a ela. Entende o que ela diz e sente. É para ela companheiro e amigo. Mas, tudo muda a partir do momento em que sua filha cresce e, já com sete anos, começa a aprender coisas que ele não conseguiu aprender.
Sam só sabe ler um livro, ou decorou, realmente, a história. E, todos os dias, ele o lê para sua filha. Quando ela aprende a ler, percebe que seu pai não sabe ler outra coisa. E toma ciência de que ele tem problemas cognitivos. Isso a faz não querer aprender mais nada. Mas, seu pai a convence. Sam, do seu jeito, estava vencendo a cada dia o desafio de criar sua filha. Até que a sociedade sentiu que era hora de intervir e, através de uma assistente social, tirou Lucy de seu convívio, entregando-a para adoção. Isso provocou em Sam um grande desespero. Ele procurou se superar no trabalho, aprendendo a usar a cafeteira, para ser promovido a fazer café e ter um salário melhor do que o que recebe por servir as mesas.
Ele foi morar em uma pequena casa próxima à que sua filha estava morando com seus pais adotivos. Quando ela descobriu, todas as noites fugia para ir dormir com seu pai. Ele a levava de volta a casa dos pais adotivos. E isso virou uma rotina. Em determinado momento do filme, a pequena Lucy revela ao seu pai que não queria ter outro pai diferente dele, pois nenhum pai ia ao parque brincar com seus filhos, como ele o fazia. Esse pensamento refletia o que Sam representava para ela. No final, os pais adotivos entenderam que Sam era capaz de criar sua filha e que ela não seria feliz ao lado deles, abdicando de sua guarda e da adoção. Depois de várias audiências no tribunal, com a ajuda voluntária de uma advogada, e tendo por testemunhas sua vizinha e seus amigos, ele consegue sua filha de volta.
Isso tudo nos leva a refletir sobre nossos verdadeiros limites. Sobre como uma motivação certa nos leva a superar nossas bordas. Que o nosso cérebro é nosso aliado, mas que ele trabalha em consonância com nosso coração, nossos afetos. Ambos nos fazem quem somos. Nossa atitudes, nossa razão, nossos pontos de vista, nosso olhar em relação ao mundo, ao outro, a nós mesmos, nosso comportamento, tudo parte de dentro para fora de nós.
Apesar de a Ciência ainda não ter respostas para tudo, ela já conseguiu compreender que existe algo além, que nossa afetividade, que nossa essência, que nossa alma(?) são o link que falta para o que está obscuro e o que está à nossa frente, à distância de uma mão. Se muitas respostas podem ser dadas através do funcionamento dos nossos hormônios, dos nossos neurônios com suas sinapses nervosas, das trocas feitas entre as nossas células e o meio onde se encontram. Também, muitas podem ser dadas através do que sentimos e almejamos para nós. Da consciência sagrada que existe em cada ser de que viver não é apenas respirar, ou alimentar-se, mas é sentir o amor e amar.
E o amor acontece através do olhar de respeito, da confiança e da aceitação dos limites por parte de todos e de si mesmo. Nós nos surpreendemos quando não nos usamos como modelos humanos pré-definidos em nossas comparações rotineiras. Pois, apesar de todos possuirmos um cérebro e uma mente que funcionam, aparentemente de forma igual em todos, cada ser é singular e tem sua própria história e valor.
Fer Perl©
Há muitas teorias sobre a Inteligência, sobre o funcionamento do cérebro, sobre o que leva uma pessoa a ser considerada “normal”. Falar de comportamento levanta muitas questões étnicas, morais, políticas, etc. Há moldes que a sociedade impõe e que vão se modificando, à medida que a História e suas consequências vão acontecendo, também, aos nossos olhos. O próprio cérebro é, ainda, em muitos pontos, um mistério para a Ciência. Estereótipos e mitos caem por terra, todos os dias. Como a ideia de que só usamos parte do nosso cérebro. Na realidade, usamos 100% dele. E cada parte desse órgão tão importante interage, na forma de uma rede muito complexa, com as outras partes. É por isso que, quando alguém sofre um acidente e seu cérebro é lesionado, alguns movimentos do corpo são perdidos, outros não, por exemplo. Mas, uma coisa é sofrer uma lesão no cérebro.
Outra coisa é nascer com algum problema neurológico. Nesse caso, muitas vezes, o comprometimento mental, que vem do próprio desenvolvimento do ser no útero de sua mãe, é bem mais complexo. Note que falamos em cérebro, logo depois em mental(de mente). Existe essa dicotomia no meio científico, embora muitos não concordem com essa divisão. O cérebro seria a estrutura física, enquanto a mente, a estrutura cognitiva do indivíduo, um complemento do outro. Há até quem use a comparação de cérebro com hardware e mente com software, dos nossos familiares computadores.
No filme “Uma Lição de Vida”, o protagonista Sam Dawson, encenado por Sean Penn, é um adulto com comprometimento cognitivo. Não se deixa específico que tipo de comprometimento ele tem, porém, deixa-se perceber que ele possui idade mental muito aquém da sua idade cronológica, comportando-se, em várias situações como uma criança mesmo. Na trama, Sean Penn tem um relacionamento relâmpago com uma mulher, supostamente prostituta, que fica grávida e o abandona com sua filha(que se chamará Lucy, por conta da canção dos Beatles), nos braços, em uma parada de ônibus e, simplesmente, some. Sam, atordoado, consegue ir para casa. Uma vizinha, que sofre de síndrome do pânico e que não sai de seu apartamento, acaba o ajudando a cuidar da criança. Seus amigos, um pequeno grupo que representa sua família, todos com problemas mentais, também, o ajudam do seu jeito. O que o faz sentir-se capaz de seguir enfrentando aquele desafio é apenas o afeto que sente por sua filha. Ele se mistura a ela. Entende o que ela diz e sente. É para ela companheiro e amigo. Mas, tudo muda a partir do momento em que sua filha cresce e, já com sete anos, começa a aprender coisas que ele não conseguiu aprender.
Sam só sabe ler um livro, ou decorou, realmente, a história. E, todos os dias, ele o lê para sua filha. Quando ela aprende a ler, percebe que seu pai não sabe ler outra coisa. E toma ciência de que ele tem problemas cognitivos. Isso a faz não querer aprender mais nada. Mas, seu pai a convence. Sam, do seu jeito, estava vencendo a cada dia o desafio de criar sua filha. Até que a sociedade sentiu que era hora de intervir e, através de uma assistente social, tirou Lucy de seu convívio, entregando-a para adoção. Isso provocou em Sam um grande desespero. Ele procurou se superar no trabalho, aprendendo a usar a cafeteira, para ser promovido a fazer café e ter um salário melhor do que o que recebe por servir as mesas.
Ele foi morar em uma pequena casa próxima à que sua filha estava morando com seus pais adotivos. Quando ela descobriu, todas as noites fugia para ir dormir com seu pai. Ele a levava de volta a casa dos pais adotivos. E isso virou uma rotina. Em determinado momento do filme, a pequena Lucy revela ao seu pai que não queria ter outro pai diferente dele, pois nenhum pai ia ao parque brincar com seus filhos, como ele o fazia. Esse pensamento refletia o que Sam representava para ela. No final, os pais adotivos entenderam que Sam era capaz de criar sua filha e que ela não seria feliz ao lado deles, abdicando de sua guarda e da adoção. Depois de várias audiências no tribunal, com a ajuda voluntária de uma advogada, e tendo por testemunhas sua vizinha e seus amigos, ele consegue sua filha de volta.
Isso tudo nos leva a refletir sobre nossos verdadeiros limites. Sobre como uma motivação certa nos leva a superar nossas bordas. Que o nosso cérebro é nosso aliado, mas que ele trabalha em consonância com nosso coração, nossos afetos. Ambos nos fazem quem somos. Nossa atitudes, nossa razão, nossos pontos de vista, nosso olhar em relação ao mundo, ao outro, a nós mesmos, nosso comportamento, tudo parte de dentro para fora de nós.
Apesar de a Ciência ainda não ter respostas para tudo, ela já conseguiu compreender que existe algo além, que nossa afetividade, que nossa essência, que nossa alma(?) são o link que falta para o que está obscuro e o que está à nossa frente, à distância de uma mão. Se muitas respostas podem ser dadas através do funcionamento dos nossos hormônios, dos nossos neurônios com suas sinapses nervosas, das trocas feitas entre as nossas células e o meio onde se encontram. Também, muitas podem ser dadas através do que sentimos e almejamos para nós. Da consciência sagrada que existe em cada ser de que viver não é apenas respirar, ou alimentar-se, mas é sentir o amor e amar.
E o amor acontece através do olhar de respeito, da confiança e da aceitação dos limites por parte de todos e de si mesmo. Nós nos surpreendemos quando não nos usamos como modelos humanos pré-definidos em nossas comparações rotineiras. Pois, apesar de todos possuirmos um cérebro e uma mente que funcionam, aparentemente de forma igual em todos, cada ser é singular e tem sua própria história e valor.
Fer Perl©
Nosso instinto de sobrevivência
Até onde nos leva o nosso instinto de sobrevivência? Será ele nossa
motivação inconsciente para seguirmos lutando contra as adversidades e
desafios? O que controla esse instinto em nós? Dois documentários que me
fizeram refletir sobre isso e chegar a algumas conclusões.
No documentário “The Last Lions”(Os Últimos Leões), uma leoa que se vê sozinha com seus três filhotes, após a morte do seu companheiro, por conta de briga por território, saí em busca de um lugar para criar a prole. Esse filme retrata a verdadeira realidade dos leões em seu habitat natural, nos dias atuais. Com seus territórios sendo invadidos pela civilização humana, pouco ainda resta que sirva de morada para os felinos. Isso provoca uma luta por território mais acirrada do que acontecia há muito.
Sozinha, a leoa com seus três filhotes chegam a um rio, o qual precisam atravessar para chegar a um pedaço de terra do outro lado, ainda sem dono. um dos filhotes, o mais frágil, não conseguiu atravessar e foi pego pelos crocodilos. Atrás dela e sua família, está o bando de leoas, cujo macho líder havia conquistado o território que estava ficando para trás.
Os três conseguem atravessar o rio, enfestado de crocodilos, e chegam às margens do outro lado. Conseguem sobreviver um pouco. Eram muitos os perigos. Uma manada de búfalos é algo perigoso para uma leoa sozinha. Ela, atordoada, tinha de procurar alimento para os filhotes e para si e, ao mesmo tempo, protegê-los. Deixava-os sempre no mesmo lugar, escondidos, e ia a procura de comida. Do outro lado do rio, estavam as outras leoas querendo continuar a briga. E os búfalos correndo de um lado para outro. Foi numa dessas corridas que eles alcançaram os filhotes e passaram por cima da filhote fêmea. A leoa, ao retornar, da caça sem sucesso não os encontrou e saiu em busca deles. Achou a filhote machucada. Tentou carregá-la de toda forma, não conseguiu. Então, a abandonou. Foi uma das cenas mais chocantes que vi em documentários. A filhote, sem entender, nem conseguir andar(havia tido suas patas traseiras esmagadas pela passagem dos búfalos), ficava como que miando desesperada enquanto via sua mãe se afastar. O olhar da leoa, era um olhar sem brilho. Em pouco tempo havia perdido seu macho, seus filhos, seu território, tudo.
Mais à frente conseguiu encontrar o outro filhote a salvo. Cuidou dele. Aprendeu a entrar na água e lutar com os búfalos dentro dela, pois lá, eles eram mais vulneráveis. Isso fez as outras leoas a observarem atentas de longe. Quando essas conseguiram atravessar o rio, ainda tentaram brigar com ela. Mas, essa as afastou. No final, elas se juntaram à nova líder e respeitaram o seu filhote. Como uma equipe, entenderam que, se lutassem juntas, conseguiriam alimento para todas. A leoa, agora líder, havia se superado e tinha seu próprio território.
No documentário “The Last Lions”(Os Últimos Leões), uma leoa que se vê sozinha com seus três filhotes, após a morte do seu companheiro, por conta de briga por território, saí em busca de um lugar para criar a prole. Esse filme retrata a verdadeira realidade dos leões em seu habitat natural, nos dias atuais. Com seus territórios sendo invadidos pela civilização humana, pouco ainda resta que sirva de morada para os felinos. Isso provoca uma luta por território mais acirrada do que acontecia há muito.
Sozinha, a leoa com seus três filhotes chegam a um rio, o qual precisam atravessar para chegar a um pedaço de terra do outro lado, ainda sem dono. um dos filhotes, o mais frágil, não conseguiu atravessar e foi pego pelos crocodilos. Atrás dela e sua família, está o bando de leoas, cujo macho líder havia conquistado o território que estava ficando para trás.
Os três conseguem atravessar o rio, enfestado de crocodilos, e chegam às margens do outro lado. Conseguem sobreviver um pouco. Eram muitos os perigos. Uma manada de búfalos é algo perigoso para uma leoa sozinha. Ela, atordoada, tinha de procurar alimento para os filhotes e para si e, ao mesmo tempo, protegê-los. Deixava-os sempre no mesmo lugar, escondidos, e ia a procura de comida. Do outro lado do rio, estavam as outras leoas querendo continuar a briga. E os búfalos correndo de um lado para outro. Foi numa dessas corridas que eles alcançaram os filhotes e passaram por cima da filhote fêmea. A leoa, ao retornar, da caça sem sucesso não os encontrou e saiu em busca deles. Achou a filhote machucada. Tentou carregá-la de toda forma, não conseguiu. Então, a abandonou. Foi uma das cenas mais chocantes que vi em documentários. A filhote, sem entender, nem conseguir andar(havia tido suas patas traseiras esmagadas pela passagem dos búfalos), ficava como que miando desesperada enquanto via sua mãe se afastar. O olhar da leoa, era um olhar sem brilho. Em pouco tempo havia perdido seu macho, seus filhos, seu território, tudo.
Mais à frente conseguiu encontrar o outro filhote a salvo. Cuidou dele. Aprendeu a entrar na água e lutar com os búfalos dentro dela, pois lá, eles eram mais vulneráveis. Isso fez as outras leoas a observarem atentas de longe. Quando essas conseguiram atravessar o rio, ainda tentaram brigar com ela. Mas, essa as afastou. No final, elas se juntaram à nova líder e respeitaram o seu filhote. Como uma equipe, entenderam que, se lutassem juntas, conseguiriam alimento para todas. A leoa, agora líder, havia se superado e tinha seu próprio território.
Em outro documentário, “Alive”(Vivos), baseado no livro “The Story of
the Andes Suvirvors”(A história dos sobreviventes dos Andes). Narra a
história de um time uruguaio de rugbi(esporte) que decide fazer uma
viagem a Santiago, no Chile. Isso aconteceu na década de 90. O avião em
que estavam viajando, caiu nos Andes chilenos. Poucos sobreviveram.
Depois de 10 dias passando fome, decidiram praticar a antropofagia, com
os corpos dos que haviam morrido.
Um dos sobreviventes, Nando Parrado, perdeu sua mãe e sua irmã nesse voo. A motivação de reencontrar seu pai e sua outra irmã, o fez se tornar um líder. Ele convenceu dois amigos que foram com ele tentar atravessar os Andes a pé. Levaram água, que conseguiam juntar da neve derretida e pedaços de carne. Um deles voltou. Ele e mais um seguiram viagem. Nunca haviam escalado montanhas, muito menos com neve. Mas, conseguiram chegar próximos à margem de um rio, no qual um andarilho a cavalo os avistou, do outro lado. Conseguiu se comunicar com eles jogando-lhes uma pedra amarrada ao um barbante com pedaço de papel e lápis, pois o barulho do vento e da correnteza não permitia que entendessem os gritos uns dos outros. Foi assim que conseguiram sobreviver e voltaram para resgatar os amigos nos restos do avião.
Esses dois documentários me fizeram refletir sobre o instinto de sobrevivência animal. De um lado, uma leoa que abandona seu filhote, pois não sabia o que fazer e não podia fazer mais nada, tinha de lutar por sua sobrevivência. De outro, um grupo de humanos que precisa comer carne humana, em meio ao desespero da fome. São atos extremos de sobrevivência. Mas, vistos bem de perto, com olhar desprovido de julgamento, são bem compreensíveis. Pois, a partir do que somos, nosso instinto de sobrevivência é um dos mais fortes. Por mais que se tenha dificuldades. Por mais que o mundo não seja um lugar tão fácil. Por mais que haja tantos problemas e egoísmo, há a necessidade sagrada de sobreviver. Em meio a uma situação de extremo perigo, o ser humano é capaz até de matar outro ser, em legítima defesa!
Será que esse instinto é o que coordena todas as nossas ações, no dia a dia: trabalhar, estudar, cuidar-se, ir ao médico, tomar banho, alimentar-se, etc? Talvez, a empatia nos ajude a equilibrar esse jogo. A olhar para o outro e tentar colocar-se em seu lugar, sentir, ou ao menos entender o que sente, nós nos impomos um limite. Entender que somos todos iguais, ao menos por dentro. Cada um com seu próprio valor e direito de respirar e viver. Na verdade, apesar do nosso instinto, não podemos, ou devemos, fazer qualquer coisa por sobrevivência se isso for prejudicar alguém deliberadamente. Precisamos todos sobreviver sim, mas com a consciência de que cada um precisa do seu espaço, da sua comida, do seu lazer, do seu estudo, de sua liberdade de expressão e fé. Aquele velho ditado que diz "sua liberdade termina quando começa a do outro". Aliás, nós, seres humanos racionais, muito mais do que apenas sobreviver, precisamos encontrar meios para que todos vivam plenamente. Pois, a vida é muito preciosa, senão o instinto de sobrevivência não existiria. Não acha?
Fer Perl©
Um dos sobreviventes, Nando Parrado, perdeu sua mãe e sua irmã nesse voo. A motivação de reencontrar seu pai e sua outra irmã, o fez se tornar um líder. Ele convenceu dois amigos que foram com ele tentar atravessar os Andes a pé. Levaram água, que conseguiam juntar da neve derretida e pedaços de carne. Um deles voltou. Ele e mais um seguiram viagem. Nunca haviam escalado montanhas, muito menos com neve. Mas, conseguiram chegar próximos à margem de um rio, no qual um andarilho a cavalo os avistou, do outro lado. Conseguiu se comunicar com eles jogando-lhes uma pedra amarrada ao um barbante com pedaço de papel e lápis, pois o barulho do vento e da correnteza não permitia que entendessem os gritos uns dos outros. Foi assim que conseguiram sobreviver e voltaram para resgatar os amigos nos restos do avião.
Esses dois documentários me fizeram refletir sobre o instinto de sobrevivência animal. De um lado, uma leoa que abandona seu filhote, pois não sabia o que fazer e não podia fazer mais nada, tinha de lutar por sua sobrevivência. De outro, um grupo de humanos que precisa comer carne humana, em meio ao desespero da fome. São atos extremos de sobrevivência. Mas, vistos bem de perto, com olhar desprovido de julgamento, são bem compreensíveis. Pois, a partir do que somos, nosso instinto de sobrevivência é um dos mais fortes. Por mais que se tenha dificuldades. Por mais que o mundo não seja um lugar tão fácil. Por mais que haja tantos problemas e egoísmo, há a necessidade sagrada de sobreviver. Em meio a uma situação de extremo perigo, o ser humano é capaz até de matar outro ser, em legítima defesa!
Será que esse instinto é o que coordena todas as nossas ações, no dia a dia: trabalhar, estudar, cuidar-se, ir ao médico, tomar banho, alimentar-se, etc? Talvez, a empatia nos ajude a equilibrar esse jogo. A olhar para o outro e tentar colocar-se em seu lugar, sentir, ou ao menos entender o que sente, nós nos impomos um limite. Entender que somos todos iguais, ao menos por dentro. Cada um com seu próprio valor e direito de respirar e viver. Na verdade, apesar do nosso instinto, não podemos, ou devemos, fazer qualquer coisa por sobrevivência se isso for prejudicar alguém deliberadamente. Precisamos todos sobreviver sim, mas com a consciência de que cada um precisa do seu espaço, da sua comida, do seu lazer, do seu estudo, de sua liberdade de expressão e fé. Aquele velho ditado que diz "sua liberdade termina quando começa a do outro". Aliás, nós, seres humanos racionais, muito mais do que apenas sobreviver, precisamos encontrar meios para que todos vivam plenamente. Pois, a vida é muito preciosa, senão o instinto de sobrevivência não existiria. Não acha?
Fer Perl©
Nós e aquele vírus intelectual que nos perturba
Só nos magoa quem está dentro de nós. Talvez, em uma tentativa de sair.
Talvez, por projetarmos na pessoa expectativas que não são reais.
Criamos um mito ou, simplesmente, queremos sempre ter razão.
A vida é assim, a gente magoa quem a gente ama. A gente é magoado por quem a gente ama. Mas, como disse outra vez: “só nos magoa quem está dentro de nós”. Se, de alguma forma, alguém tomou espaço em seu coração, os sinais dessa pessoa passam a ter mais intensidade na sua percepção. Ou seja, uma palavra vale mais. Uma bronca pesa mais. Um sorriso tem mais significado. Por que você permitiu que essa pessoa passasse a fazer parte de si. Umas menos, outras mais.
Alguém falou, um dia, que quando a gente grita, em uma discussão, é por que o outro está afastado do nosso coração e não de nós fisicamente.
E existem tantas formas de nos magoarmos, não é mesmo? Basta um olhar reprovador, uma palavra dura, uma falta de atenção. Mas, quando nos colocamos na posição contrária, quando olhamos de fora, percebemos que, muitas vezes, nós nos magoamos por nada. É que aquele amigo, ou amiga, falou a verdade e isso você não queria ouvir. E, talvez, a dor seja por que ele/ela, tenha razão. Ou quando esperamos pela resposta de alguém que silencia, parece uma afronta. Começamos a conversar conosco mesmos na tentativa de entender.
E tudo vai virando uma bola de neve.
Muitas vezes, a outra pessoa nem nota o que está acontecendo e, quando percebe, você já jogou a toalha. Quantas amizades acabam assim? Quantos relacionamentos bons? Falta de diálogo? Às vezes, sim. Mas, às vezes, é aquele vírus intelectual a quem chamamos de orgulho o causador da dor. Nem é a ausência da pessoa, ou o que ela falou, mas o nosso orgulho ferido que passa para nós(como fazem os próprios vírus) o seu material genético e sobrevive através das nossas forças, minando-as.
Se nos magoam, cabe a nós decidir o que fazer com o que fica. Não dá para falar que é fácil perdoar e continuar do ponto de onde se parou, como se nada tivesse acontecido. Afinal, como em uma virose, existem os sintomas, a produção de anticorpos, todo um processo. Nós mudamos à medida das nossas experiências. Ficamos mais imunes. Mas, dependendo do significado da pessoa na sua vida, aos poucos, com paciência e insistência calma, ela consegue ir voltando ao seu lugar dentro de nós, não é?
Do outro lado, quando somos nós quem causamos a dor, cabe a nós a paciência da espera do tempo do outro e a busca por mostrar nosso arrependimento sincero. Por que ninguém está livre de cometer erros, de magoar a quem se ama. Ainda mais a quem se ama! E como dói, também, em nós quando magoamos pessoas assim. É, exatamente, o pedacinho do nosso ser que agora é habitado por ela.
A vida é assim, a gente magoa quem a gente ama. A gente é magoado por quem a gente ama. Mas, como disse outra vez: “só nos magoa quem está dentro de nós”. Se, de alguma forma, alguém tomou espaço em seu coração, os sinais dessa pessoa passam a ter mais intensidade na sua percepção. Ou seja, uma palavra vale mais. Uma bronca pesa mais. Um sorriso tem mais significado. Por que você permitiu que essa pessoa passasse a fazer parte de si. Umas menos, outras mais.
Alguém falou, um dia, que quando a gente grita, em uma discussão, é por que o outro está afastado do nosso coração e não de nós fisicamente.
E existem tantas formas de nos magoarmos, não é mesmo? Basta um olhar reprovador, uma palavra dura, uma falta de atenção. Mas, quando nos colocamos na posição contrária, quando olhamos de fora, percebemos que, muitas vezes, nós nos magoamos por nada. É que aquele amigo, ou amiga, falou a verdade e isso você não queria ouvir. E, talvez, a dor seja por que ele/ela, tenha razão. Ou quando esperamos pela resposta de alguém que silencia, parece uma afronta. Começamos a conversar conosco mesmos na tentativa de entender.
E tudo vai virando uma bola de neve.
Muitas vezes, a outra pessoa nem nota o que está acontecendo e, quando percebe, você já jogou a toalha. Quantas amizades acabam assim? Quantos relacionamentos bons? Falta de diálogo? Às vezes, sim. Mas, às vezes, é aquele vírus intelectual a quem chamamos de orgulho o causador da dor. Nem é a ausência da pessoa, ou o que ela falou, mas o nosso orgulho ferido que passa para nós(como fazem os próprios vírus) o seu material genético e sobrevive através das nossas forças, minando-as.
Se nos magoam, cabe a nós decidir o que fazer com o que fica. Não dá para falar que é fácil perdoar e continuar do ponto de onde se parou, como se nada tivesse acontecido. Afinal, como em uma virose, existem os sintomas, a produção de anticorpos, todo um processo. Nós mudamos à medida das nossas experiências. Ficamos mais imunes. Mas, dependendo do significado da pessoa na sua vida, aos poucos, com paciência e insistência calma, ela consegue ir voltando ao seu lugar dentro de nós, não é?
Do outro lado, quando somos nós quem causamos a dor, cabe a nós a paciência da espera do tempo do outro e a busca por mostrar nosso arrependimento sincero. Por que ninguém está livre de cometer erros, de magoar a quem se ama. Ainda mais a quem se ama! E como dói, também, em nós quando magoamos pessoas assim. É, exatamente, o pedacinho do nosso ser que agora é habitado por ela.
Remexer-se dentro do coração de alguém, pode sim causar dores muito
fortes. Voltar à conformação de antes, talvez, seja quase impossível.
Daí, a palavra mágica “perdão”. Mas, que de mágica não tem nada.
Funciona como uma vacina, para as próximas investidas do vírus do
orgulho que, como tantos, sofre mutações.
Não acontece de repente. É um processo. Porém, esse processo só se inicia a partir do momento que um(a) aperta o botão do querer. Querer perdoar é o primeiro passo. Aliás, querer é o primeiro passo de qualquer motivação. E que, se não houver motivação nenhuma, o próprio querer ficar em paz seja suficiente para desengatar esse processo, que pode ser longo, mas pode acontecer em pouco tempo. Repouso, muito líquido e vitamina, quer dizer: sinceridade, coragem e equilíbrio na oração. Por que existe a questão do amor próprio, também. Mas, essa é outra reflexão.
Tem coisa que é você e suas certezas. Você e suas convicções. Você e seu mundo. Você e suas decisões. Você e Deus. Sem falsos arrependimentos. Sem autojulgamentos ou qualquer complexo de inferioridade(superioridade). Sem medo ou receio. Pois, ficar livre das amarras que nos seguram, nos permite voar. Principalmente, se elas são microscópicas, invisíveis mesmas aos olhos. E, levantar da cama disposto, tomar um banho morno e partir para a vida motivado, não tem nada melhor. Combata e voe. Todo mundo é capaz.
Fer Perl©
Não acontece de repente. É um processo. Porém, esse processo só se inicia a partir do momento que um(a) aperta o botão do querer. Querer perdoar é o primeiro passo. Aliás, querer é o primeiro passo de qualquer motivação. E que, se não houver motivação nenhuma, o próprio querer ficar em paz seja suficiente para desengatar esse processo, que pode ser longo, mas pode acontecer em pouco tempo. Repouso, muito líquido e vitamina, quer dizer: sinceridade, coragem e equilíbrio na oração. Por que existe a questão do amor próprio, também. Mas, essa é outra reflexão.
Tem coisa que é você e suas certezas. Você e suas convicções. Você e seu mundo. Você e suas decisões. Você e Deus. Sem falsos arrependimentos. Sem autojulgamentos ou qualquer complexo de inferioridade(superioridade). Sem medo ou receio. Pois, ficar livre das amarras que nos seguram, nos permite voar. Principalmente, se elas são microscópicas, invisíveis mesmas aos olhos. E, levantar da cama disposto, tomar um banho morno e partir para a vida motivado, não tem nada melhor. Combata e voe. Todo mundo é capaz.
Fer Perl©
Sobre amizades e nós mesmos
Amigo acompanha nossas mudanças. Ele mesmo muda e temos de acompanhar
suas mudanças, também. Há quem não consiga. Há quem viva a amizade por
conveniência e só.
Não, não existem fórmulas as quais possamos utilizar para prever se uma amizade vai durar, ou o quanto ela irá durar. Vivemos em um processo de transformação constante. Há de se pensar que somos, realmente, uma eterna metamorfose. Por que vamos acumulando conceitos, fazendo referências, criando esquemas, associando soluções. Enfim, nossas experiências de vida vão nos transformando em quem somos exatamente agora. Muito disso depende de nós. Mas, muita coisa é involuntária.
Ter a sensibilidade, na medida certa, para detectar no outro esses malabarismos do caráter diante das situações(e saber lidar com isso) é o que faz de uma pessoa um amigo verdadeiro. Talvez, para isso, a convivência seja algo essencial. Apesar de algumas amizades se manterem à distância, cruzarem o tempo e o espaço intactas, essas podem ser consideradas puras exceções.
Quando se perde a convivência com alguém, deixa-se de acompanhar o nexo que a conduz na vida. Seus pensamentos que mudaram. As decisões erradas que a fizeram pagar pelas consequências. Os acertos que a fizeram ser uma pessoa mais confiante ou, em alguns casos, infelizmente, “convencida”. As dores que a levaram a limites dos quais só ela tem noção. Os momentos de solidão. Os momentos maravilhosos de descobertas. Os de contentamento e de dúvidas.
Ah, como são especias as pessoas que conseguem ultrapassar esses limites e continuam amando o amigo com todas as suas mudanças. Mas, há aqueles que exigem, mesmo que inconscientemente, que o outro volte a ser quem era. É como se o importante fosse a imagem que ele\ela representasse para si não quem ele\ela é realmente. E isso é impossível. Depois de transformados, alguns materiais não podem voltar a sua conformação inicial. Com a maturidade é assim. O ser humano, depois de amadurecer, não pode voltar à “inocência” incoerente, às vezes, infantil. A vida é assim.
Projetamos no outro nossas expectativas. Enquanto o outro responde a essas expectativas, nós o temos como amigos do peito? Se, de alguma forma, o outro deixa de responder, trava-se um conflito interior na pessoa que percebe isso. Ela tem de decidir se continuará amando o outro diferente, ou desistirá de sua amizade. Conveniência. Das cinzas de alguém que sobrevive a muitos tipos de conflito surge o novo eu desse mesmo alguém. Conseguir enxergá-lo com suas diferenças é um risco que só quem ama é capaz de correr.
Não, não existem fórmulas as quais possamos utilizar para prever se uma amizade vai durar, ou o quanto ela irá durar. Vivemos em um processo de transformação constante. Há de se pensar que somos, realmente, uma eterna metamorfose. Por que vamos acumulando conceitos, fazendo referências, criando esquemas, associando soluções. Enfim, nossas experiências de vida vão nos transformando em quem somos exatamente agora. Muito disso depende de nós. Mas, muita coisa é involuntária.
Ter a sensibilidade, na medida certa, para detectar no outro esses malabarismos do caráter diante das situações(e saber lidar com isso) é o que faz de uma pessoa um amigo verdadeiro. Talvez, para isso, a convivência seja algo essencial. Apesar de algumas amizades se manterem à distância, cruzarem o tempo e o espaço intactas, essas podem ser consideradas puras exceções.
Quando se perde a convivência com alguém, deixa-se de acompanhar o nexo que a conduz na vida. Seus pensamentos que mudaram. As decisões erradas que a fizeram pagar pelas consequências. Os acertos que a fizeram ser uma pessoa mais confiante ou, em alguns casos, infelizmente, “convencida”. As dores que a levaram a limites dos quais só ela tem noção. Os momentos de solidão. Os momentos maravilhosos de descobertas. Os de contentamento e de dúvidas.
Ah, como são especias as pessoas que conseguem ultrapassar esses limites e continuam amando o amigo com todas as suas mudanças. Mas, há aqueles que exigem, mesmo que inconscientemente, que o outro volte a ser quem era. É como se o importante fosse a imagem que ele\ela representasse para si não quem ele\ela é realmente. E isso é impossível. Depois de transformados, alguns materiais não podem voltar a sua conformação inicial. Com a maturidade é assim. O ser humano, depois de amadurecer, não pode voltar à “inocência” incoerente, às vezes, infantil. A vida é assim.
Projetamos no outro nossas expectativas. Enquanto o outro responde a essas expectativas, nós o temos como amigos do peito? Se, de alguma forma, o outro deixa de responder, trava-se um conflito interior na pessoa que percebe isso. Ela tem de decidir se continuará amando o outro diferente, ou desistirá de sua amizade. Conveniência. Das cinzas de alguém que sobrevive a muitos tipos de conflito surge o novo eu desse mesmo alguém. Conseguir enxergá-lo com suas diferenças é um risco que só quem ama é capaz de correr.
Quanto à pessoa que mudou. Bem, como deve ser difícil ver voando pelo
ar aqueles que antes eram seu alicerce por assim dizer.
Amor. Essa é a palavra certa para resumir aquele sentimento de
compaixão, acolhida, carinho e querer bem que se tem por alguém que
significa ser amigo.
Desejar ao outro o seu Infinito Bem. Desejar sua felicidade e seu sucesso. Desejar que se descubra e vença suas limitações. Isso é amor em forma de amizade. Se você tem isso, cuide. Amizade verdadeira é coisa rara, hoje em dia.
Desejar ao outro o seu Infinito Bem. Desejar sua felicidade e seu sucesso. Desejar que se descubra e vença suas limitações. Isso é amor em forma de amizade. Se você tem isso, cuide. Amizade verdadeira é coisa rara, hoje em dia.
Fer Perl©
O que você lê se transforma em você
O que significa curtir uma postagem? Você não é a mesma pessoa desde que
começou a ler isto. Vamos nos modificando. E sermos pessoas melhores
depende do que estamos deixando que tenha passagem livre através de
nossas janelas.
Essa frase me ocorreu outro dia. E ela quer dizer muito. “Ler” aqui não significa apenas o ato de pegar um texto e decodificá-lo através da leitura. Trata-se das ideias que você concebe para si, dos aprendizados e experiências.Com o advento do Face, nós nos acostumamos a “curtir” alguma coisa que publicam, mas ainda não temos a chance de “não curtir” da mesma forma o que não gostamos, pois não há a mãozinha sinalizando o polegar para baixo (dizem que já existe por aí). Bem, porém, aquilo que lemos, ou a imagem que vemos antes de clicar em curtir precisa achar consonância, em nós, com o que concordamos sobre determinado assunto. Ou mesmo, com aquilo que achamos engraçado Quando nos identificamos com algum tipo de leitura, filme, ambiente, jeito de ser, etc, isso diz muito sobre a nós. Não é à toa que tendemos a nos aproximar de quem tem gostos parecidos com os nossos.
Essa frase me ocorreu outro dia. E ela quer dizer muito. “Ler” aqui não significa apenas o ato de pegar um texto e decodificá-lo através da leitura. Trata-se das ideias que você concebe para si, dos aprendizados e experiências.Com o advento do Face, nós nos acostumamos a “curtir” alguma coisa que publicam, mas ainda não temos a chance de “não curtir” da mesma forma o que não gostamos, pois não há a mãozinha sinalizando o polegar para baixo (dizem que já existe por aí). Bem, porém, aquilo que lemos, ou a imagem que vemos antes de clicar em curtir precisa achar consonância, em nós, com o que concordamos sobre determinado assunto. Ou mesmo, com aquilo que achamos engraçado Quando nos identificamos com algum tipo de leitura, filme, ambiente, jeito de ser, etc, isso diz muito sobre a nós. Não é à toa que tendemos a nos aproximar de quem tem gostos parecidos com os nossos.
Parece brincadeira, mas tudo o que aprendemos se transforma em nós. Por
isso o título dessa pequena reflexão. Nosso cérebro vai criando novas
conexões, à medida do nosso aprendizado e experiências. Por isso, ao meu
ver, seja tão importante ler sobre vários assuntos. Mas, procurar uma
linha de raciocínio o mais próximo da verdade, da realidade, mais
coerente. Algo do tipo “matemático”, onde as premissas precisam dizer
muito das conclusões. Como? Procurando conhecer quem escreveu tal livro,
disse tal coisa, ou dirigiu tal filme e em que circunstâncias isso
aconteceu. Suas convicções, seu ponto de vista sobre assuntos
importantes. Todos têm algo bom a ensinar. Mas, o assunto principal em
pauta é o que importa na sua escolha. É como uma ideia que se multiplica
e que acaba sendo absorvida por muitos sem questionamento. Esse é o
perigo de algumas ideologias.
Quando entramos em uma discussão com “quem entende do assunto”, é
importante tentarmos enxergar os vários pontos de vista entre os
especialistas. A partir daí, vamos construindo nossa própria opinião.
Irão surgir dúvidas. Que elas surjam! Pois, é a partir delas que podemos
formular uma “certeza”. As certezas não precisam ser fechadas em si
mesmas, para não corrermos o risco de nos tornarmos “convictos” em tudo e
não darmos espaço para questionamentos, nem ao menos, sabermos defender
nossa opinião. Não! Por mais que se tenha certeza de algo, depois de
estudar, questionar, tirar dúvidas, é importante saber ouvir. Quem é
“convicto” nunca cresce, pois acha que já sabe o suficiente. Nunca se
sabe o suficiente. Daí, a Pesquisa estar sempre aberta a novas
descobertas, por exemplo. As Teorias, vez ou outra, sofrem modificações.
As doutrinas são revisadas. Os alicerces são fortalecidos.
Porém, isso não quer dizer dar bolas para qualquer tipo de fala. Não!
Quando perceber que se trata de algo que já está bem acomodado e que
aquilo é, na realidade, uma etapa anterior à que você se encontra, não
dê atenção. Por exemplo, quando você vê o refrigerante como algo
delicioso que parece matar a sede e cai bem em qualquer lanche, você nem
ao menos questiona o que está bebendo, apenas vive o momento. Até que
um dia, por curiosidade, ou necessidade, você acaba tendo de procurar
saber um pouco mais. E fica sabendo dos ingredientes, das consequências
do excesso de uso, etc. Você passa a enxergar o refrigerante com outros
olhos e, muitas vezes, até decide não beber mais. Se alguém chega para
você e argumenta que não há outra bebida mais deliciosa para se ter em
um lanche com os amigos e se a pessoa não tem a menor noção de que é
feito um refrigerante, você pode descartar tal argumentação feita pela
pessoa, pois já haverá passado por ela e se aprofundado um pouco mais.
Claro, se a pessoa quiser saber, você pode orientá-la, senão, deixe
quieto. Que ela aprenda por si mesma. Mas, com certeza, você terá
deixado uma pulga atrás de sua orelha.É assim em vários assuntos, em
tudo. Não basta saber por saber, crer por crer, gostar por gostar, é
preciso ter argumentos, mesmo que sejam para si próprio. Daí, você não
ficará tremendo à menor ventania. É preciso estudar, ler, ouvir, ver
outros pontos de vista. Isso é crescer intelectualmente, também.
Aquilo que vai se transformando em nós, também vai definindo nossos
pontos de vista, nossas escolhas. Não aceite apenas algo pronto. Tente
entender como tal coisa foi feita. Dá um pouco de trabalho sim. Mas,
depois que se começa a refletir, passa-se a exercer cidadania, a
perceber que por mais que pareça pouco, o que você fizer pelo bem
precisa ser feito mesmo assim. Há toda uma indústria de marketing que
tenta dizer o contrário e convence pela borda.Mas, no que depender de
você: procure boas leituras, faça boas escolhas. Elas serão você. Isso é
ser livre. Ah, e quando descobrir que está errado sobre algo, tenha a
humildade de reconhecer. Os verdadeiros sábios são simples.
Fer Perl©
Aquele tal espelho interior
A liberdade de ser o que se é não significa poder ultrapassar as bordas
que a/o separa de alguém. A menos que se receba um ticket de passagem
livre para isso.
A imagem que nós temos dos outros, das coisas, do mundo depende da imagem que nós temos de nós mesmos junto dos outros, com as coisas, no mundo. Dizer que se conhece bem alguém é o mesmo que dizer que se conviveu muito com a pessoa ao ponto de entender suas respostas e reações. Conhecer bem uma coisa é saber do seu significado, para que serve, como preservá-la ou até da sua duração. Conhecer bem um lugar é saber das suas esquinas, curvas, encruzilhadas e desvios.
Mas, nem tudo é o que aparenta ser. Ainda mais nos tempos atuais, onde a tecnologia, a ilusão de ótica, as mensagens "subliminares" e o brincar com os sentidos tornou-se algo meio sem limites.
É difícil reconhecer o real. É muito complicado transcender a máscara e chegar à imagem pura, quando há programas como o Photoshop.
O que chega aos nossos órgãos sensitivos segue regras. Por exemplo, uma imagem passa pelos olhos e é invertida lá dentro até se transformar em impulsos nervosos que são decodificados pelo cérebro. Ou seja, nossos olhos são janelas. Entender o que se vê vai depender do nosso repertório, dos nossos conceitos e, por que não, dos nossos valores pessoais. Nossa consciência é, digamos, nosso espelho interior.
Quando se trata de uma pessoa, tudo fica mais complexo. A imagem que vamos formando dela depende não só do seu exterior, mas, muito mais daquilo que a preenche e que se vai deixando perceber por nós. É o convívio. São as reações a diversas situações. É o jeito de encarar os fatos. É o que ela faz por trás dos outros. É a sinceridade ou não. Além de tudo, é a história que carrega e que a faz ser quem é.
A imagem que nós temos dos outros, das coisas, do mundo depende da imagem que nós temos de nós mesmos junto dos outros, com as coisas, no mundo. Dizer que se conhece bem alguém é o mesmo que dizer que se conviveu muito com a pessoa ao ponto de entender suas respostas e reações. Conhecer bem uma coisa é saber do seu significado, para que serve, como preservá-la ou até da sua duração. Conhecer bem um lugar é saber das suas esquinas, curvas, encruzilhadas e desvios.
Mas, nem tudo é o que aparenta ser. Ainda mais nos tempos atuais, onde a tecnologia, a ilusão de ótica, as mensagens "subliminares" e o brincar com os sentidos tornou-se algo meio sem limites.
É difícil reconhecer o real. É muito complicado transcender a máscara e chegar à imagem pura, quando há programas como o Photoshop.
O que chega aos nossos órgãos sensitivos segue regras. Por exemplo, uma imagem passa pelos olhos e é invertida lá dentro até se transformar em impulsos nervosos que são decodificados pelo cérebro. Ou seja, nossos olhos são janelas. Entender o que se vê vai depender do nosso repertório, dos nossos conceitos e, por que não, dos nossos valores pessoais. Nossa consciência é, digamos, nosso espelho interior.
Quando se trata de uma pessoa, tudo fica mais complexo. A imagem que vamos formando dela depende não só do seu exterior, mas, muito mais daquilo que a preenche e que se vai deixando perceber por nós. É o convívio. São as reações a diversas situações. É o jeito de encarar os fatos. É o que ela faz por trás dos outros. É a sinceridade ou não. Além de tudo, é a história que carrega e que a faz ser quem é.
Todos nós somos assim. E somos analisados por aqueles que acabamos de conhecer, também.
Com o tempo e, como já falado, com o convívio, vamos relaxando mais a nossa guarda. E deixamos que a pessoa tenha mais acesso aos nossos segredos. Um processo rápido para os que não têm ainda muita maturidade. Mas, bem demorado para os que já a possuem.
Não é à toa que ouvimos tanto a frase "conheço muita gente, mas conto nos dedos os amigos".
A intimidade, após conquistada, exige de nós algumas posturas: discrição, confiança, sinceridade mesmo que doa, verdade, coragem, silêncio, respeito e comprometimento. São coisas bem importantes. Muitos não conseguem ter.
Pedir permissão parece que se tornou algum tipo de "pecado". Não. Pedir permissão é uma atitude de honestidade, autocontrole, consciência de quem se é e, no mínimo, educação. Existe sim uma área individual inviolável. E quando alguém permite que a adentremos, essa pessoa está nos dando a oportunidade de conhecê-la melhor e não nos dando o direito de adquirir o que ali está para fazermos o que quisermos com aquilo.
Confiança é base para qualquer tipo de relacionamento. E, após perdida, é bem difícil de se recuperar em sua totalidade. É um trabalho árduo para recuperá-la.
Os relacionamentos importantes, mesmo os concebidos virtualmente, não superficiais, exigem que se percebam os limites de cada um. Exigem autenticidade e autocontrole. Exigem liberdade verdadeira e cometimento. Só assim é possível que durem mais que algumas curtidas e comentários.
Com o tempo e, como já falado, com o convívio, vamos relaxando mais a nossa guarda. E deixamos que a pessoa tenha mais acesso aos nossos segredos. Um processo rápido para os que não têm ainda muita maturidade. Mas, bem demorado para os que já a possuem.
Não é à toa que ouvimos tanto a frase "conheço muita gente, mas conto nos dedos os amigos".
A intimidade, após conquistada, exige de nós algumas posturas: discrição, confiança, sinceridade mesmo que doa, verdade, coragem, silêncio, respeito e comprometimento. São coisas bem importantes. Muitos não conseguem ter.
Pedir permissão parece que se tornou algum tipo de "pecado". Não. Pedir permissão é uma atitude de honestidade, autocontrole, consciência de quem se é e, no mínimo, educação. Existe sim uma área individual inviolável. E quando alguém permite que a adentremos, essa pessoa está nos dando a oportunidade de conhecê-la melhor e não nos dando o direito de adquirir o que ali está para fazermos o que quisermos com aquilo.
Confiança é base para qualquer tipo de relacionamento. E, após perdida, é bem difícil de se recuperar em sua totalidade. É um trabalho árduo para recuperá-la.
Os relacionamentos importantes, mesmo os concebidos virtualmente, não superficiais, exigem que se percebam os limites de cada um. Exigem autenticidade e autocontrole. Exigem liberdade verdadeira e cometimento. Só assim é possível que durem mais que algumas curtidas e comentários.
Não, talvez, não seja possível se conhecer alguém completamente.
Conhecer a si mesmo já é um desafio em tanto. Mas, o pouco que
conseguimos absorver de alguém já nos faz perceber se existe empatia e
se vale a pena investir na relação, seja amorosa, seja de amizade mesma.
É importante, também, se ter em mente que não é por que alguém nos decepcionou que todas as pessoas do mundo o farão. Cada um tem seus próprios limites e carrega suas próprias histórias, tanto de sucesso quanto de frustração.
Ter paciência, muitas vezes, promove uma história de amor ou de amizade que, independente do tempo que durar, vai ficar para sempre registrado como uma imagem positiva e boa de lembrar.
Fer Perl©
É importante, também, se ter em mente que não é por que alguém nos decepcionou que todas as pessoas do mundo o farão. Cada um tem seus próprios limites e carrega suas próprias histórias, tanto de sucesso quanto de frustração.
Ter paciência, muitas vezes, promove uma história de amor ou de amizade que, independente do tempo que durar, vai ficar para sempre registrado como uma imagem positiva e boa de lembrar.
Fer Perl©
10.06.2015
Você mora
Você mora
No meu silêncio duradouro
No meu olhar distante
No meu sorriso inesperado
Na minha lembrança
Nos meus sonhos de menina moça
Na beleza do pôr do sol
Você mora na vontade de ver você
De abraçar o abraço certo
De dizer a palavra certa
De chorar a lágrima sincera
De sorrir o sorriso que brilha
E o olhar que espera
O carinho guardado
Sentimento puro
Independente e só
Onde os significados se tornam pessoas
Muito poucas
E não podemos mudar sua condição de ser
Você mora.
Fer Perl©
No meu silêncio duradouro
No meu olhar distante
No meu sorriso inesperado
Na minha lembrança
Nos meus sonhos de menina moça
Na beleza do pôr do sol
Você mora na vontade de ver você
De abraçar o abraço certo
De dizer a palavra certa
De chorar a lágrima sincera
De sorrir o sorriso que brilha
E o olhar que espera
O carinho guardado
Sentimento puro
Independente e só
Onde os significados se tornam pessoas
Muito poucas
E não podemos mudar sua condição de ser
Você mora.
Fer Perl©
7.29.2015
Aprendendo
Se o tempo parasse
E percebêssemos que o amar
Nada mais é que enxergar o outro
Em sua plenitude infinita
Que se encontra com a nossa
E que nos faz seres humanos
Com bordas físicas reais
Mas, bordas invisíveis
Incontestavelmente delicadas
Perceptíveis apenas àqueles
Que convivem com o tempo
E conseguem parar para
Aprender o outro
Alguns conseguem
Fer Perl©
E percebêssemos que o amar
Nada mais é que enxergar o outro
Em sua plenitude infinita
Que se encontra com a nossa
E que nos faz seres humanos
Com bordas físicas reais
Mas, bordas invisíveis
Incontestavelmente delicadas
Perceptíveis apenas àqueles
Que convivem com o tempo
E conseguem parar para
Aprender o outro
Alguns conseguem
Fer Perl©
6.03.2015
Ruga na alma/ Wrinkle in the soul
Há tanta ruga na alma
Que deixa bonita a alma
E faz o sorriso e a lágrima
Mais verdadeiros de ser.
Fer Perl ©
There is a wrinkle in the soul
And it makes a beautiful soul
And it makes the smile and the tear
More true of being.
Fer Perl ©
Que deixa bonita a alma
E faz o sorriso e a lágrima
Mais verdadeiros de ser.
Fer Perl ©
There is a wrinkle in the soul
And it makes a beautiful soul
And it makes the smile and the tear
More true of being.
Fer Perl ©
5.29.2015
Chronos vs Kairos
Duas expressões de origem grega.
Resumidamente (é como se): nosso corpo é chronos, nossa alma é kairos.
Fer Perl ©
Two words of Greek origin.
Briefly (as if it was): Our body is chronos, our soul is kairos.
Fer Perl ©
Resumidamente (é como se): nosso corpo é chronos, nossa alma é kairos.
Fer Perl ©
Two words of Greek origin.
Briefly (as if it was): Our body is chronos, our soul is kairos.
Fer Perl ©
5.16.2015
Simple vs Complex
O simples me comove, o complexo me fascina.
Fer Perl ©
The simple moves me, the complex fascinates me.
Fer Perl ©
Fer Perl ©
The simple moves me, the complex fascinates me.
Fer Perl ©
10.05.2014
7.18.2014
Não tenha medo
Não tenha medo de amar o amigo
Não tenha medo de amar o irmão
Não tenha medo da liberdade de ser humano
E poder enxergar nos olhos aqueles que são tão frágeis quanto você
Por serem humanos também
Não tenha medo de "desperdiçar" seu tempo em prol de uma palavra amiga
Não tenha medo do que isso poderá lhe causar
Constrangimento, mal entendimento, falta de compreensão
A sinceridade do seu ato justificará você
E o tornará capaz de revirar entulhos altos
Em prol de um canto de luz
Dentro de si e dentro de alguém
Ame o amigo
Ame o irmão
Ame quem puder amar
Não se perde nada bom quando se faz isso.
Fer Perl
Não tenha medo de amar o irmão
Não tenha medo da liberdade de ser humano
E poder enxergar nos olhos aqueles que são tão frágeis quanto você
Por serem humanos também
Não tenha medo de "desperdiçar" seu tempo em prol de uma palavra amiga
Não tenha medo do que isso poderá lhe causar
Constrangimento, mal entendimento, falta de compreensão
A sinceridade do seu ato justificará você
E o tornará capaz de revirar entulhos altos
Em prol de um canto de luz
Dentro de si e dentro de alguém
Ame o amigo
Ame o irmão
Ame quem puder amar
Não se perde nada bom quando se faz isso.
Fer Perl
9.27.2013
Um senhor e seus amigos
Eu os vejo sempre na mesma pracinha, sua morada. Um senhor, cabelos grisalhos e dois cachorros "vira-latas". O carinho entre eles é nítido e fico pensando como o senhor se comunica com eles, a não ser pelo amor. Da última vez, meu coração ficou apertado com a cena que vi. Um dos cachorros, o pretinho, machucou a pata, provavelmente em algum atropelamento. Estava mancando. O senhor o incentivava a andar e o cachorro, para agradar ao amigo, esforçava-se ao máximo, mancando e andando. Deram a volta na praça. Então, o senhor se sentou e fixou o olhar no cachorrinho que se deitou e recostou a cabeça sobre as patas dianteiras. Ambos estavam tristes. Imaginei o que se passaria naqueles corações. O outro cachorro estava farejando alguma comida pelo chão da praça. De repente, quando voltei a olhar para o senhor, ele estava a conversar com o cachorro machucado. Ele falava como quem falava com uma criança, apontando o dedo, dando uma lição. O cachorro, cabisbaixo, ficava olhando para o senhor pelo canto do olho. Como me comoveu aquilo. Não pude ajudá-lo. Mas, imagino a dor daquele velho homem ainda jovem ao ver seu melhor amigo sofrendo e não poder fazer nada. Não sei se é pecado, mas fiz uma oração pelo cachorro. Pedi a Deus que o curasse daquele machucado. Para que aquele senhor não ficasse mais só do que já é. Sei que Deus me ouviu. Que todos possamos perceber a vida nos recantos por onde passamos. Pois, a vida mesma passa rápido demais e percebê-la nesses "recantos" é como acrescentar mais tempo a ela.
Fernanda P. (Fer Perl)
Fernanda P. (Fer Perl)
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